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5 técnicas para criar suspense

Foto do escritor: Bruno CrispimBruno Crispim


5 técnicas para criar suspense

Antes do post de fato, queria esclarecer uma dúvida que foi recorrente nessa semana: sim, eu dou aulas particulares de escrita. Eu chamo esse acompanhamento de mentoria literária.


Se você sonha em terminar um livro, mas está perdido, a mentoria é para você. Se precisar dessa ajuda, é só me contatar aqui ou acessar esse link para saber mais.


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O TED-Ed é uma organização sem fins lucrativos formada por um grupo de Em um vídeo para o TED-Ed, Victoria Smith compartilha cinco técnicas para criar suspense nas suas histórias. Abaixo, discorro sobre cada uma delas.


O QUE É O SUSPENSE

Do que você tem medo? Escuro? Cachorros? Serial Killers? Boletos?

H.P. Lovecraft disse que “o tipo de medo mais antigo e mais impactante é o medo do desconhecido” – é sobre isso que trata o suspense.

Na literatura e no cinema, depois que nos mostram algo ruim acontecendo e entendendo que algo de pior está para acontecer, nós ficamos suspensos, aguardando e imaginando o que as personagens terão que enfrentar. Este é o estado de suspense.

Os exemplos mais óbvios de suspense estão nos livros e filmes de terror e nas histórias de mistério. O que será que existe dentro daquela mansão mal-assombrada? Qual dos hóspedes é o assassino?

Mas suspense também é muito usado em outros gêneros. Será que o herói vai conseguir salvar o mundo – já que o vilão é tão poderoso? Será que o casal vai ficar junto no final, depois daquela briga? O que será que o protagonista tanto esconde?


O fundamental para se criar suspense é estabelecer uma ou mais perguntas que deixem a audiência curiosa para descobrir as respostas. Para manter a atenção dos leitores, é preciso manter seu interesse no que está acontecendo e fazê-los seguir tentando adivinhar o que vai acontecer na sequência, até que a história ofereça as respostas que eles queriam tanto receber.


Sem mais delongas, vamos às cinco técnicas usadas para criar suspense.


1 – LIMITE O PONTO DE VISTA

Ao invés de usar um narrador onisciente que pode ver e compartilhar tudo o que acontece, conte a história da perspectiva de uma das personagens. Elas talvez comecem a história sabendo tão pouco quanto o leitor e, à medida que descobrem certas informações, o leitor também ganha esse conhecimento.

Histórias clássicas como Drácula, por exemplo, são contadas através de cartas e páginas de diários, onde as personagens relatam suas experiências e seus medos sobre o que pode acontecer.


2 – ESCOLHA BEM O CENÁRIO E A LINGUAGEM

Mansões velhas ou castelos com corredores sinuosos e passagens secretas sugerem que coisas perturbadoras estão escondidas nesses locais.

Noites escuras, neblina e tempestades também têm um papel importante porque limitam a visibilidade e limitam os movimentos dos personagens.

É por isso que a Londres vitoriana é um cenário tão popular. Mas mesmo lugares e objetos ordinários podem ser apresentados de uma forma sinistra. Na novela gótica Rebecca, as flores na casa nova da protagonista são descritas como vermelho-sangue.


3 – ATENÇÃO PARA O ESTILO E A FORMA

Você pode criar suspense prestando atenção cuidadosa não somente ao que acontece, mas também na maneira como este acontecimento é apresentado e no ritmo que certas informações são reveladas.

Em O Coração Revelador, Edgar Allan Poe usa frases fragmentadas que são interrompidas repentinamente para expressar o estado mental do narrador. Essa ruptura constante cria uma mistura de pressa ofegante com pausas angustiantes.

No cinema, Alfred Hitchcock é conhecido por usar longos silêncios e imagens de lances de escada para criar uma sensação de desconforto.


4 – USE IRONIA DRAMÁTICA

Você não pode manter o leitor no escuro durante toda a história. Às vezes, o suspense funciona melhor quando você revela partes importantes do grande mistério para o leitor, mas não para os personagens.

Essa técnica é conhecida como ironia dramática, onde o mistério não está no que vai acontecer, mas quando e como os personagens vão descobrir esse grande mistério.

Na peça clássica Édipo Rei, o protagonista não sabe que matou seu próprio pai e se casou com sua mãe, mas a audiência sabe. Assistir a Édipo descobrindo a verdade, pouco a pouco, é o que permite que a história atinja seu clímax angustiante.


5 – GANCHOS

Cuidado para não usar esta técnica em excesso. Muitos consideram um truque fácil e amador, mas é difícil negar sua eficiência. Um gancho é quando um capítulo ou episódio é interrompido pouco antes de algo crucial ser revelado ou no meio de uma situação perigosa, onde há pouca esperança para a personagem.

A espera, seja por alguns instantes ou – no caso de George R.R. Martin – por longos anos, nos faz imaginar possibilidades sobre o que pode acontecer na sequência, resultando em ainda mais suspense.

O desastre provável apresentado no gancho é quase sempre evitado, criando um senso de resolução e catarse. Mas isso não impede que a gente se preocupe e se envolva com o protagonista na próxima vez em que ele estiver diante de um desastre praticamente inevitável.



>>> E se você quiser ver ganchos bem construídos na prática, eu recomendo a leitura do meu novo romance Kaito: reze por uma boa morte.


Além da gamificação do Apocalipse e de um passeio por uma Tóquio infestada de ghouls, você vai conhecer uma história construída para não permitir que os leitores larguem o livro. E muito disso foi feito através do suspense.


Depois me fala onde cada técnica foi aplicada. Vai ser um belo exercício de escrita.

 
 
 

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