- Bruno Crispim
as 8 funções do diálogo

Se você ainda não acredita no impacto de bons diálogos em uma obra, aconselho assista a qualquer filme do Tarantino.
Duas vezes. Na primeira, assista só para saber o que acontece na trama. Na segunda vez, pegue o controle e pause no final de cada cena. Reflita sobre a importância dos diálogos nela. A cena ganha ou perde com eles? Você consegue melhorar alguma fala? Ao fazer isso, você vai perceber que cada uma das falas tem funções claras e bem definidas.
Abaixo, listo as oito funções dos diálogos:
SHOW, DON’T TELL
Relembrando o quinto erro, Show, don’t tell significa dramatizar da exposição. Essa função ajuda na imersão do leitor na história. Se esse assunto ainda não ficou claro para você, volte ao Erro 05. Acredite em mim, não será perda de tempo.
CARACTERIZAR A PERSONAGEM
O que e como a personagem fala é uma parte importante do seu comportamento. Cada palavra dita por alguém entrega detalhes sobre ela e, consequentemente, ajuda na sua caracterização.
IMPULSIONAR A TRAMA
Os diálogos devem fazer a história avançar através da interação entre personagens. Se o diálogo for apenas expositivo, ele não é bom. Estude retirá-lo ou dramatizá-lo de uma forma mais eficiente.
EXPOR INFORMAÇÃO
Essa também é uma função do diálogo, mas é uma função secundária, nunca primária. Não permita a existência de diálogos apenas expositivos.
ADICIONAR TENSÃO
As personagens interagem através dos diálogos e das ações. É através dessa interação que tensão é criada. Então, planeje os seus diálogos para que eles criem a tensão necessária, no momento mais propício.
DAR RITMO À TRAMA
Textos condensados em parágrafos grandes, que ocupam páginas inteiras, diminuem o ritmo narrativo. Diálogos podem/devem quebrar essa monotonia e acelerar a velocidade da trama.
O QUE NÃO É DITO
O silêncio pode dizer muito sobre uma pessoa – além de deixar o diálogo elegante. Use-o sempre que possível.
MENTIRAS E CONTRADIÇÕES
Cuidado para não ser óbvio demais. Poucas pessoas – ou nenhuma – são completamente assertivas e honestas. Então, permita que as suas personagens mintam, se contradigam, que falem coisas sem sentido. Mas só às vezes.
Indicação de leitura
No final de cada post, irei recomendar um livro que pode, de alguma forma, te ajudar na sua jornada como escritor(a).
Hoje, recomendo Battle Royale, de Koushun Takami, uma história de tirar o fôlego sobre 72 estudantes do ensino fundamental do Japão que são enviados para uma ilha e devem se matar até sobrar apenas um deles. O livro tem um ritmo muito interessante, enredo incrível e traz o tempero da literatura oriental. O livro, além de ser muito bom, também é uma aula para observarmos outras possibilidades de escrita.
Se você gostou dessa recomendação e quiser comprar o livro, use esse link para contribuir com a manutenção do GUIA ;)