Se você ainda não acredita no impacto de bons diálogos em uma obra, aconselho assista a qualquer filme do Tarantino.
Duas vezes. Na primeira, assista só para saber o que acontece na trama. Na segunda vez, pegue o controle e pause no final de cada cena. Reflita sobre a importância dos diálogos nela. A cena ganha ou perde com eles? Você consegue melhorar alguma fala? Ao fazer isso, você vai perceber que cada uma das falas tem funções claras e bem definidas.
Abaixo, listo as oito funções dos diálogos:
SHOW, DON’T TELL
É a dramatização da exposição ou colocar em movimento a que precisa ser dito. O significado de dramatização da exposição é dar ao leitor todas as informações necessárias para o bom entendimento da história indiretamente, através de ações ou diálogos. Ajuda o leitor na imersão do leitor na história. Dá trabalho, mas acredite em mim, não será perda de tempo.
CARACTERIZAR A PERSONAGEM
O que e como a personagem fala é uma parte importante do seu comportamento. Cada palavra dita por alguém entrega detalhes sobre ela e, consequentemente, ajuda na sua caracterização.
IMPULSIONAR A TRAMA
Os diálogos devem fazer a história avançar através da interação entre personagens. Se o diálogo for apenas expositivo, ele não é bom. Estude retirá-lo ou dramatizá-lo de uma forma mais eficiente.
EXPOR INFORMAÇÃO
Essa também é uma função do diálogo, mas é uma função secundária, nunca primária. Não permita a existência de diálogos apenas expositivos.
ADICIONAR TENSÃO
As personagens interagem através dos diálogos e das ações. É através dessa interação que tensão é criada. Então, planeje os seus diálogos para que eles criem a tensão necessária, no momento mais propício.
DAR RITMO À TRAMA
Textos condensados em parágrafos grandes, que ocupam páginas inteiras, diminuem o ritmo narrativo. Diálogos podem/devem quebrar essa monotonia e acelerar a velocidade da trama.
O QUE NÃO É DITO
O silêncio pode dizer muito sobre uma pessoa – além de deixar o diálogo elegante. Use-o sempre que possível.
MENTIRAS E CONTRADIÇÕES
Cuidado para não ser óbvio demais. Poucas pessoas – ou nenhuma – são completamente assertivas e honestas. Então, permita que as suas personagens mintam, se contradigam, que falem coisas sem sentido. Mas só às vezes.
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