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Foto do escritorBruno Crispim

Quem é você: o que tem histórias demais ou o que tem de menos?

Atualizado: 13 de set. de 2022






Certa vez, ouvi que existem dois tipos de escritor: os que têm histórias demais e os que têm de menos.

Parece um contrassenso pensar que aqueles que têm histórias demais enfrentam problemas por isso. Mas o problema é real e tão sério quanto as suas secas criativas.

O escritor passa de uma história para a outra, sem concluir qualquer uma. A falta de foco faz sobrar pedaços e versões incompletas. Escreve-se muito, mas não se tem uma única obra acabada.

Nesse post, nos concentraremos na difícil tarefa de decidir o que você irá escrever – especialmente se for a sua primeira história. Tudo para o que o seu compromisso com ela seja definitivo.


Tamanho

Se você sofre com a falta de foco, como eu, ouça o conselho de Ray Bradbury: “Não comece escrevendo romances”, comece com contos.

Este é um ótimo conselho que eu ignorei sem remorso. Mas toda decisão que tomamos tem seu risco e sua consequência. Para mim, a consequência foi escrever por dez anos sem terminar nada. O risco foi nunca concluir um romance.

Os riscos e as consequências foram grandes e o meu conselho é: não faça como eu fiz. Escreva um punhado de contos antes de partir para o romance. Se algum conto ficar bom, cogite transformá-lo em um romance ou publicá-lo na Amazon.

E se você já escreveu diversos contos e quer escrever um romance? Então, mire nas 80 mil palavras. Por dois motivos:


> As editoras aceitam melhor um livro que não seja tão grande – o custo e o risco são menores para elas.

> A chance de você se perder no meio da sua primeira história aumenta consideravelmente depois das 50 mil palavras. Meu conselho é não passe das 80 mil a menos que seja extremamente necessário para o enredo.


Gênero

Se você for um especialista (concentrado em um gênero só) esse não será um problema. Se for como eu, será o problema.

Minhas ideias variam em todos os gêneros. Meu primeiro livro foi um policial, o segundo um YA e o quarto será uma fantasia. O conselho nesse caso é escolher um gênero e ficar nele até que você construa a sua base de leitores e seja conhecido por aquele gênero.

E esse também conselho eu ignorei. E isso aumentou a dificuldade de uma carreira já muito difícil. Contudo, a escrita fica mais estimulante para mim e eu acredito que o esforço valerá a pena no longo prazo.

Faça dessa uma escolha consciente. Crie uma estratégia de carreira baseada nesse posicionamento – seja ele focado em um gênero ou em vários.


Começando, termine

Ao começar um romance, termine. Não se permita começar outro no meio do caminho. Sério, essa é a receita para ter duas metades de romance e nenhum livro.

O grande desafio de um projeto longo é atravessar o meio. É quando você não enxerga o início, nem o final. Quando você não compreende o todo ainda. Então,

Nesse momento, você precisa ter fé na sua história e continuar mesmo sem certezas. Ceder a uma nova história acaba com a sua frágil confiança no futuro da obra e vai te levar a largá-la.

E o que você acha que vai acontecer quando chegar no meio da próxima história? A mesma coisa.


Se apaixone

Nenhum relacionamento saudável começa com casamento. Você precisa conhecer a pessoa e testar suas afinidades até que acredite que a união será duradora. O mesmo acontece com as suas histórias.

Namore as histórias por um tempo.

Escreva, teste, imagine elas até que você se apaixone por uma delas. Então, escolha. No final, é o que importa é que você não consiga pensar em mais nada além da sua história.





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