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  • Foto do escritorBruno Crispim

A melhor (e mais simples) ferramenta de enredo - o cartão de cena

Atualizado: 13 de set. de 2022


Guia do Escritor de Ficção
usando scene cards (cartões de cena) - Guia do Escritor de Ficção



Sabe aquela velha pergunta: de onde devo começar o meu romance? Do início, do meio ou do final? Com esta ferramenta, tanto faz.

Por mais que existam softwares e cartões especiais sendo vendidos, os Scene Cards são simplesmente o que o nome diz: cartões de cena – pedaços de papel onde anotamos o resumo de cada cena.


Desculpa se você esperava que fosse uma ferramenta mirabolante. São apenas pedaços de papel. Simples. E funciona muito bem para diversos escritores.

Eu já tinha ouvido sobre esse método há algum tempo e resolvi testar no último romance que escrevi – Morte e Ascensão de Darla Abranches. A minha experiência foi muito positiva, por isso divido com vocês.


Comecei cortando várias folhas A4 em oito pedaços e passei a anotar as cenas conforme elas surgiam na minha cabeça. Quando precisava de mais cartões, cortava rapidinho.


A ideia por traz dos cartões é facilitar a organização das ideias ao mesmo tempo que respeita a sequência em que elas aparecem. Assim, quando uma cena vier a sua cabeça, anote um breve resumo num pedaço de papel – sem muitos detalhes. Quando vier a próxima, descreva mais essa cena. E assim por diante.


O pulo do gato é que, a partir de um certo número de cenas, o enredo vai tomando forma e demandando cenas complementares. Se você escreveu um cartão com o assassinato de uma personagem importante, você vai perceber a necessidade de uma cena anterior que crie suspense. Então, pode escrever mais um cartão e o colocar antes daquele do crime.


Com frequência, uma cena chama duas, uma anterior e outra posterior. Às vezes, mais. Assim, a história vai se autoalimentado e se testando até que você tenha nas mãos o esqueleto da sua história – o storyline.


Quando achar que os cartões que você escreveu definem a sua história, passe a informação para o Word.


A sequência dos cartões é preencher os espaços entre eles com dramatização. Quando você concluir essa parte, você já terá em mãos, o primeiro rascunho da sua história.


E existe ainda mais uma utilização para os cartões. Caso você fique bloqueado em uma parte da trama, atualize os cartões e os disponha conforme acontecerão na sua história. A disposição gráfica das cenas costuma trazer insights sobre o que pode estar faltando ou esteja fora do lugar.


Imagine, por exemplo, que o início esteja lento e você quer testar colocar uma parte do segundo ato no início, com os cartões o teste é imediato – ainda que incompleto.


Eu costumo manter os cartões até concluir o primeiro rascunho – e os refaço se estiver travado na história. É o que os roteiristas da Pixar fazem. Vale a pena tentar.

Dica extra: Uma variação interessante dos cartões é usar post-its colados na parede. Nesse caso, a sequência de cenas é ainda mais bem visualizada.





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